O estúpido como notícia e depois novela na TV
José Fernando Nandé Dizem que a coisa começou lá com os gregos e ganhou força sobremodo com os romanos: nosso gosto por tudo quanto possa ser considerado dramático. A dureza da realidade nos força, inclusive para alguma saúde mental, a sonhar de olhos abertos. Por herança, além das línguas românticas (Português, Francês, Italiano, etc), ganhamos, em nosso sangue latino, a paixão: esta capacidade de sofrer, que nada mais é do que tocar a vida adiante sem muita lucidez e afastados da razão. Por isso, amamos a tragédia e a comédia. Por isso, endeusamos nossos atores, artistas e perdemos tempo em frente à TV vendo novelas, programas sofríveis de humor e filmes. Porém, nosso pão e circo têm lá suas limitações. O pão sempre foi pouco. No circo eletrônico onírico-virtual, os autores debatem-se para descobrir uma nova fórmula em suas ficções esgotadíssimas em qualidade e criatividade, que determinam a constante queda de audiência dos novelões, repetidos em forma, esquetes e tipo