LITERATURA - UFPR - O Uraguai - Basílio da Gama

                                                                                     Professor José Fernando
Vestibular UFPR 2019/2020
  • O Uraguai - Basílio da Gama.
  • Últimos Cantos - Gonçalves Dias.
  • Casa de Pensão - Aluísio de Azevedo.
  • Clara dos Anjos - Lima Barreto.
  • Sagarana - Guimarães Rosa.
  • Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto.
  • Nove Noites - Bernardo Carvalho.
  • Relato de um certo oriente - Miltom Hatoum.

ESCOLAS LITERÁRIAS


O QUINHENTISMO

– Pero Vaz de Caminha – A Carta de Caminha

– Padre José de Anchieta – escreveu textos religiosos, um teatro religioso. Tinha devoção ao culto mariano. Recebeu influência da tradição medieval. 

– Padre Manuel da Nóbrega – Foi o chefe da primeira missão dos Jesuítas na América. Escreveu relatos aos superiores, e que se tornaram textos da Literatura do Quinhentismo.

O BARROCO

Obra inicial -  Prosopopeia – poema épico de Bento Teixeira
Características do Barroco no Brasil : rebuscamento, virtuosismo, ornamentação exagerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia de metáforas e associações. Cultismo ou Gongorismo: abuso de metáforas, hipérboles e antíteses. Obsessão pela linguagem culta, jogo de palavras. Conceptismo:  jogo de ideias, pesquisa e essência íntima.

Autores
– Gregório de Matos Guerra – apelidado de “Boca do Inferno”. Oscilou entre o sagrado e o profano. Poeta lírico, satírico, reflexivo, filosófico, sacro, encomiástico, obsceno. Não foi poeta épico.

– Padre Antonio Vieira – Expoente máximo da Literatura Brasileira e da Literatura Portuguesa também.Escreveu sermões e outras obras que se tornaram clássicas. Destaques para O Sermão da Sexagésima, e O Sermão do Bom Ladrão. 

O ARCADISMO

Publicação de Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa, obra inicial do Arcadismo brasileiro.

Características do Arcadismo: Pastoralismo, bucolismo. Ideal de vida simples, junto à natureza . Carpe diem (“aproveite o dia”). Consciência da fugacidade do tempo. Simplicidade, clareza e equilíbrio. Emprego moderado de figuras de linguagem. Natureza racional (é vista como um cenário, como uma fotografia, como um pano de fundo. Pseudônimos. Fingimento / Artificialismo.

Autores:
– Tomás Antonio Gonzaga – poeta maior do Arcadismo brasileiro com suas liras Marília de Dirceu. Pseudônimo como poeta lírico: Dirceu; pseudônimo como poeta satírico: Critilo (Cartas Chilenas). 
– Cláudio Manuel da Costa – Poeta lírico e épico. Seu pseudônimo é Glaudeste Satúrnio. Seus sonetos são de imitação Camoniana. Obra: Vila Rica.
– Basílio da Gama – Obra: O Uraguai.
– Santa Rita Durão – Obra: Caramuru. 


POEMA ÉPICO
Tradicionalmente, um poema épico é uma narrativa longa, séria e poética sobre um evento significativo, muitas vezes com um herói. Antes do desenvolvimento da escrita, os poemas épicos foram memorizados e desempenharam um papel importante na manutenção de um registro dos grandes atos e da história de uma cultura. Mais tarde, eles foram escritos e a tradição para esse tipo de poema continuou.
SÃO POEMAS ÉPICOS NOTÁVEIS
Gregos 
- Ilíada - conta o décimo ano da Guerra de Troia
- Odisseia - continuação da Ilíada, narra a história de Ulisses (Odisseu) nos dez anos que ele tentou voltar a Ítaca, depois da destruição de Troia.
Ambas atribuídas a Homero (928- 898) a.C)
Romano
A Eneida - Virgílio (70 a.C - 19 d.C) = Conta história de Enéias, refugiado de Troia e afirmação de Roma como nação.
Português 
Os Lusíadas - Camões - (1524 - 1580) - Conta da história da afirmação da naçãos lusitana a partir de seus herois e navegadores. .





  • O Uraguai - Basílio da Gama

  • Basílio da Gama (1741-1795) foi um poeta brasileiro, autor do poema épico “Uruguai”, considerado a melhor realização no gênero épico no Arcadismo brasileiro. É patrono da cadeira nº. 4 da Academia Brasileira de Letras.
    José Basílio da Gama nasceu no arraial de São José dos Rios da Morte, hoje Tiradentes, em Minas Gerais, no dia 08 de abril de 1741. Ficou órfão muito cedo e foi levado para o Colégio dos Jesuítas, no Rio de Janeiro e morreu em Portugal.



O Uraguai, poema épico de 1769, critica drasticamente os jesuítas, antigos mestres do autor Basílio da Gama. Ele alega que os jesuítas apenas defendiam os direitos dos índios para ser eles mesmos seus senhores. O enredo situa-se todo em torno dos eventos expedicionários e de um caso de amor e morte no reduto missioneiro.






Texto — A morte de Lindóia  (Canto IV)
Este lugar delicioso, e triste,
Cansada de viver, tinha escolhido
Para morrer a mísera Lindóia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva, e nas mimosas flores,
Tinha a face na mão, e a mão no tronco
De um fúnebre cipreste, que espalhava
Melancólica sombra. Mais de perto
Descobrem que se enrola no seu corpo
Verde serpente, e lhe passeia, e cinge
Pescoço e braços, e lhe lambe o seio.
Fogem de a ver assim sobressaltados,
E param cheios de temor ao longe;
E nem se atrevem a chamá-la, e temem
Que desperte assustada, e irrite o monstro,
E fuja, e apresse no fugir a morte.
Porém o destro Caitutu, que treme
Do perigo da irmã, sem mais demora
Dobrou as pontas do arco, e quis três vezes
Soltar o tiro, e vacilou três vezes
Entre a ira e o temor. Enfim sacode
O arco, e faz voar a aguda seta,
Que toca o peito de Lindóia, e fere
A serpente na testa, e a boca, e os dentes
Deixou cravados no vizinho tronco.
Açouta o campo co'a ligeira cauda
O irado monstro, e em tortuosos giros
Se enrosca no cipreste, e verte envolto
Em negro sangue o lívido veneno.
Leva nos braços a infeliz Lindóia
O desgraçado irmão, que ao despertá-la
Conhece, com que dor! no frio rosto
Os sinais do veneno, e vê ferido
Pelo dente sutil o brando peito.
Os olhos, em que Amor reinava, um dia,
Cheios de morte; e muda aquela língua,
Que ao surdo vento, e aos ecos tantas vezes
Contou a larga história de seus males.
Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,
E rompe em profundíssimos suspiros,
Lendo na testa da fronteira gruta
De sua mão já trêmula gravado
O alheio crime, e a voluntária morte.
E por todas as partes repetido
O suspirado nome de Cacambo.
Inda conserva o pálido semblante
Um não sei quê de magoado, e triste,
Que os corações mais duros enternece.
Tanto era bela no seu rosto a morte!
____________
Observações

Ausência de estrofes regulares, os versos brancos (sem rima), o vigor descritivo.






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