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Mostrando postagens de 2018

Cometa será visto hoje a olho nu

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O cometa 46P/Wirtanen, conhecido pelo simpático nome de "Cometa do Natal", atinge neste domingo o ponto de sua órbita mais próximo da Terra e poderá ser observado a olho nu. De acordo com a Nasa, ele passa por aqui a cada 5 anos e será visto na constelação de Touro. Mesmo visível, o cometa estará a cerca 11,6 milhões de quilômetros da Terra (mais ou menos 30 vezes a distância entre a Terra e a Lua). Observe que essa distância parece grande demais, mas em Astronomia, é um nadinha, é bem pertinho mesmo. Nesta época do ano, também ocorre a chuva de meteoros Geminídeos, que iluminam o firmamento - meteoros serão visíveis e parecerão bolas de fogo verdes no céu. Aqueles que não puderem apreciar o show de luzes neste domingo, poderão observá-lo durante todo o mês com binóculo ou pequeno telescópio. A vã filosofia dos cometas Os eclipses e os cometas são vistos como agouros, desde que o homem olhou para o céu. Shakespeare lamentava-se de que esses agouros celestes soment

UM LIVRO DE ALDEIA E QUE TRABALHA SENTIMENTOS UNIVERSAIS

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Capa e contra-capa do livro Corações Dedicados ,  Nesta manhã de domingo, 9 de dezembro, tive o prazer de ver mais um livro publicado, Corações Dedicados . Para tê-lo, dei-me a tarefa de reunir aqui e algures notas e papéis dispersos (poetas não são organizados: escrevem apenas, depois se preocupam em colocar o escrito em livros, e este é nosso tormento!).  Bom, são 100 páginas em que discorro um pouco sobre a minha aldeia (no sentido dado por Fernando Pessoa), na qual vivo desde criança, Curitiba. Mas, o importante mesmo e que procuro destacar, é sua gente, a qual figura numa lenda que diz ser ela capaz de te convidar para um café e não comunicar a ti o endereço para tal. Como disse, uma lenda! Falo pois, do que as pessoas sentem e isso vale para qualquer cidade, daqui ou da China. É, o curitibano é um ser peculiar, mas de humanidade ímpar. De coração dedicado a amigos e à família, embora de alma calada, principalmente em relação a estranhos, o morador da cidade, nativo ou

Chamada para cursos presencias de 2019. Certificados válidos para horas complementares das faculdades

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Lançamento - curso de Latim - Volume I

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O primeiro volume de nosso curso de Latim agora também está disponível em e-book. Para os interessados na língua que foi falada por César, Vergílio e Cícero, basta clicar aqui . http://www.bookess.com/read/30329-latim-volume-i/

A propaganda política nos muros de Pompeia

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Muro pichado em Pompeia, 79 d.C. - Itália A propaganda é a alma e a lama da política. Sem meios de comunicação outros, o negócio era emporcalhar os muros e paredes, como ainda é feito hoje. Portanto, os grafiteiros ou pichadores sempre existiram, prova disso são algumas inscrições encontradas nos muros que sobraram de Pompeia, cidade que sumiu do Mapa varrida pelo Vesúvio em 79 d.C. Vejamos alguns exemplos, principalmente na área da política (outra hora comentaremos as mais picantes!), pois parece que a cidade passava por um processo eleitoral. Os marqueteiros e cabos eleitorais de hoje não fariam melhor nas redes sociais: Peço-lhe que eleja Marcus Cerrinius Vatia para a vereança. Todos os beberrões noctívagos o apoiam. Flores e Fructus escreveram isto. * Os ladrõezinhos apóiam Vatia para vereador. * Os quitandeiros, todos juntos com Helvius Vestalis, querem a eleição de Marcus Holanius Priscus para duúnviro com poder judicial. * Peço seu voto para eleger Gaius Julius P

Lobão e Roger detonam a cultura oficial, caricata e venal

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Lobão e Roger Em seu discurso de posse na Academia Brasileira de Letras (ABL), Ariano Suassuna (1927-2014) alertava-nos para a existência de dois brasis: o oficial e o real - Um dia - discursou Suassuna - lendo Alfredo Bosi, encontrei uma distinção feita por Machado de Assis e que é indispensável para se entender o processo histórico brasileiro. Ele critica atos do nosso mau Governo e coisas da nossa má Política. Mostra-se ácido e amargo com uns e outras e depois explica: “Não é desprezo pelo que é nosso, não é desdém pelo meu País. O ‘país real’, esse é bom, revela os melhores instintos. Mas o ‘país oficial’, esse é caricato e burlesco". Há de se concordar com o autor do Auto da Compadecida, com a existência desses dois rios paralelos também concorrendo para formar e firmar a Cultura Brasileira. Um deles podre, é verdade, poluído pelo caricato e burlesco da má política, inclusive a política cultural, oficialesca, manipulada pela frescura dos grupelhos autodenominados &

A dúvida de amor do alfaiate Carlos Gomes

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Carlos Gomes Aos deterministas que afirmam ser o meio e as condições de vida fatores condicionantes do destino das pessoas, Antônio Carlos Gomes (1836-1896) é a antítese dessa manca teoria tão cara aos "filósofos" de um livro só. Carlos Gomes, ou simplesmente Nhô Tonico, como ele mesmo gostava de ser chamado e assim assinava, nasceu em Campinas. Criança, perdeu a mãe, assassinada aos 28 anos de idade. Foi criado com os irmãos pelo pai, sempre em grandes dificuldades e, por isso, trabalhou em alfaiataria costurando calças e paletós para "financiar" seus estudos musicais. Antes de alcançar fama mundial, a partir da Itália, como compositor de Ópera, a trajetória de Carlos Gomes passa pela música "popular" para a época. Aos 15 anos de idade compunha valsas, quadrilhas e polcas. Em 1857 compõe a modinha "Suspiro D'alma", com versos de Almeida Garret. Depois da apresentação de algumas de suas obras no Rio de Janeiro e já com fama na corte

Lobo de Mesquita - a música sacra brasileira

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Criminosamente, temos verdadeiros tesouros ocultos da maior parte dos brasileiros. Culpa evidente dessas políticas que praticamente destruíram a cultura nacional e qualquer acesso à cultura de qualidade produzida em outras partes do mundo. Por isso, aos finais de semana, passo a publicar um pouco de música em latim, que traduzirei e comentarei. No caso das composições religiosas, usarei como referência o Missal Cotidiano, dos Beneditinos da Bahia, na edição que  possuo da década de 1930.  Hoje, apresentaremos a oração católica Salve Regina (Salve Rainha). Regência: Rodrigo Toffolo, Orquestra Experimental UFOP/Ouro Preto Coro Madrigale - Maestro Arnon Sávio. Soprano Solo: Doriana Mendes. Gravado em 26 de junho de 2007, na Igreja N.S. da Conceição Ouro Preto - Minas Gerais - Brasil.  A música é de José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746-1805) compositor e professor brasileiro, que tem sua obra, música sacra, ainda sendo pesquisada e reeditada. Do total de sua produção, calcu

Decálogo dos mestres

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Poesia é o tato dos espíritos

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Fernando Nandé Nas últimas décadas, a poesia sofreu a ditadura da forma, dos românticos aos concretos, poetas do mundo todo usaram a forma como camisa-de-força. Hoje não damos tanto importância à forma. Pois redescobrimos o óbvio: o segredo da poesia (que não é segredo para ninguém!) não está apenas na forma, mas na intensidade da mensagem e no equilíbrio entre sílabas fortes e fracas, ou seja, na cadência do verso. Os poetas gregos e romanos já sabiam disso ao  desenvolverem todos os temas universais que perduram até nossos dias. Assim, não obstante a tecnologia que se utilize, falamos de amor como falou Ovídio, cantamos o nosso tempo com igual intensidade de Catulo ou Camões, em pretensa modernidade, na soberba infantilidade de nos pensarmos fora dos paradigmas poéticos construídos por séculos. A poesia é nossa alma e se tem alguma coisa que nunca vai mudar é a alma humana, e por mais que o tempo passe ela será a mesma sempre. O sentir de hoje, dentro de nossos corações, é

O silêncio do Universo - O paradoxo de Fermi - Física

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Prof. José Fernando Ouvi falar do Paradoxo de Fermi ainda na adolescência. Nele explora-se a contradição da existência de tantos mundos neste Universo e, ao mesmo tempo, nenhuma constatação com provas científicas da existência de vida ou inteligência fora de nosso planeta. O físico italiano Enrico Fermi (1901-1954) expôs esse paradoxo junto com outras perguntas até hoje não respondidas sobre o Universo, em conversa com amigos num almoço em 1950. Desde lá, nada foi esclarecido, muito pelo contrário, as dúvidas só se fizeram avolumar com as descobertas posteriores, principalmente com a comprovação recente da existência de outros planetas em sistemas solares distantes. Estamos sozinhos pode ser uma conclusão lógica, ao se considerar essa falta de evidências de vida fora daqui. Estaríamos, portanto, condenados ao grande silentium universi – sem comunicação alguma com o que quer que seja. Mas examinemos mais algumas hipóteses, além dessa da solidão universal. Uma d

Decálogo do Artista - Gabriela Mistral

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José Fernando Nandé Ao ler poetas chilenos, deparei-me com Gabriela Mistral (1889 — 1957), que aqui é pouco lembrada, a não ser em nome de rua ou de escola. Não é difícil em seus escritos, a verificação de que estamos diante de uma poeta formidável, ou poetisa como prefere alguns, agraciada com o Nobel de Literatura de 1945, o qual lhe fez justiça. De seus poemas, tomamos a liberdade de traduzir o que segue e que pode nortear alguns artistas para que eles não caiam na falsa arte exigida pelo mercado e não se tornem mercadores de modismos. Eis, pois, o Decálogo do Artista:  I. Amarás a beleza, que é sombra de Deus sobre o Universo. II. Não há arte ateia. Ainda que não ames o Criador, o afirmarás criando a sua semelhança. III. Não darás a beleza como falsa isca para os sentidos e sim como o natural alimento d’alma. IV. Não serás pretexto para a luxúria nem para a vaidade e sim para o exercício divino. V. Não buscarás no mercado nem levarás tua obra a ele, porque a

Robô: não matarás - as leis de Asimov

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José Fernando Nandé Assemelha-se à ficção científica, mas é a mais pura realidade tangível e escarrada, um grande problema para ser resolvido por todos nós: quando um robô mata um ser humano, o que devemos fazer e como ele deve ser punido? Vejam esse exemplo interessante: há três anos um robô causou a morte de funcionário em uma das fábricas de produção da Volkswagen na Alemanha. A vítima, de 22 anos, fazia parte de uma equipe responsável pela criação de um robô estacionário, que o agarrou e o esmagou contra uma placa de metal. De acordo com as investigações, se aponta que o erro ocorreu por falha humana e não por um problema com o robô, que pode ser programado para efetuar diversas funções durante o processo de montagem. Segundo as agências de notícias alemãs, o Ministério Público, à época, levantou a possibilidade de responsabilizar alguma parte envolvida no incidente. Sim, talvez encontremos um elemento humano para dar resposta ao “crime” à Justiça, mas e se o crime

Homens perdem juízo com mulher bonita

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Estudo publicado pela revista científica  “Frontiers in Neuroscience ” diz que psicólogos consideram que a beleza feminina tem a capacidade de fazer o cérebro masculino abandonar a consciência do que é justo ou não é justo. Guardo antigo hábito de traduzir os jornais internacionais com boas editorias de Ciência e volta e meia deparo-me com notícias que comprovam o que já sabíamos empiricamente, ou seja, na prática. Há algum tempo, o  ABC.es , trouxe as informações sobre o estudo científico que aponta que as mulheres muito bonitas têm algo especial que faz os homens ficarem loucos. O estudo foi publicado pela revista  “Frontiers in Neuroscience” . Nele, um grupo de psicólogos asiáticos revela que as mulheres atrativas podem fazer com que os homens deixem de pensar racionalmente e aceitem propostas que não lhes trazem nenhum benefício. Os especialistas consideram que a beleza feminina tem a capacidade de fazer com que o cérebro perca por momentos a consciência do que é justo ou não

A estupidez como modelo social da Modernidade Líquida

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José Fernando Nandé Dizem que a coisa começou lá com os gregos e ganhou força sobremodo com os romanos: nosso gosto por tudo quanto possa ser considerado dramático. A dureza da realidade nos força, inclusive para alguma saúde mental, a sonhar de olhos abertos. Por herança, além das línguas românticas (Português, Francês, Italiano, etc), ganhamos, em nosso sangue latino, a paixão: esta capacidade de sofrer, que nada mais é do que tocar a vida adiante sem muita lucidez e afastados da razão. Por isso, amamos a tragédia e a comédia. Por isso, endeusamos nossos atores, artistas e perdemos tempo em frente à TV vendo novelas, programas sofríveis de humor e filmes. Porém, nosso pão e circo têm lá suas limitações. O pão sempre foi pouco. No circo eletrônico onírico-virtual, os autores debatem-se para descobrir uma nova fórmula em suas ficções esgotadíssimas em qualidade e criatividade, que determinam a constante queda de audiência dos novelões, repetidos em forma, esquetes e tipos

No Jardim do Éden, colhíamos alho - Conto

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José Fernando Nandé Tenho a pior memória do mundo, aquela que nada esquece. Absolutamente nada. Lembro-me dos primeiros brinquedos feitos por minhas mãos infantis, alguns de lata, outros de madeira, ou ainda de qualquer quinquilharia que encontrava. Em criança, o brinquedo não está somente no objeto, mas no que imaginamos ser o objeto. Uma lata de óleo arrastada por um cordão pode virar um trem, ou ainda qualquer coisa que possa carregar carga. Uma estrada desenhada no chão por uma enxada vira uma rodovia inteira, ligando cidades imaginárias. Dessa época que evoco, na primeira infância, brincar por tempo mínimo era-me a fuga da realidade que já me obrigava ao trabalho. Lembro-me que num sábado frio, tive que ir até um sítio colher alho, a troco de alguns centavos. O solo estava úmido e gelado. Em poucos minutos envolvido na tarefa, junto com outros maltrapilhos, a dor nas costas se fazia insuportável, já que trabalhávamos agachados e com o corpo voltado para frente. Havíamo

A falência do controle social das antigas estruturas - partidos, ongs, sindicatos e governos

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José Fernando Nandé Atônitos, políticos do mundo inteiro, inclusive no Brasil, perguntam-se o que está acontecendo com as antigas estruturas de controle social que davam sustentação a seus ideários e caprichos. O que aconteceu com a capacidade dos partidos, instituições governamentais, ongs, sindicatos e centrais sindicais no domínio das massas?  Por que, hoje, a opinião pública parece tão volúvel e as pessoas não se enquadram mais nas orientações de comandos hierarquizados dessas velhas estruturas, que pareciam funcionar tão bem e de repente se viram reféns dessas massas, as quais já não obedecem os preceitos da hierarquia verticalizada e parte para uma nova estrutura horizontal – e aparentemente caótica-anárquica – que não aceita mais o pão industrializado e uniformizado da informação pré-mastigada, ao preferi-lo feito com as próprias mãos e integral? O que foi a Primavera Árabe, o que estão sendo essas séries de movimentos contestadores aqui e mundo afora, excludentes a

O mito da imparcialidade no jornalismo e a História

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José Fernando Nandé O grego Heródoto (485 – 420 a.C.) consta como o primeiro sujeito que se preocupou em escrever a História. Embora com defeitos, parcial às vezes, fantasioso muitas vezes, pois não havia ainda método claro de pesquisa histórica, temos que considerar o seu valor, pois Heródoto nos deu antes de mais nada, o registro do pouco que conhecemos nesses dez mil anos em que nos identificamos como humanidade. Aquém disso, pouco ou nada sabemos, além das pistas que nos são dadas pelos achados arqueológicos, pela especulação e pela ficção. Essa preocupação com a imparcialidade entre os que se propunham a descrever os fatos numa linha cronológica, ou não, só se firmou com o tempo, ao se separar o que era mitologia, literatura e a história propriamente dita (conceitualmente, história também é literatura!). Nesse esforço, encontramos o historiador romano Tácito ( Publius Gaius Cornelius Tacitus; 55 – 120 d.C. ), que já no início de suas obras alertava, “ sine ira et studio

A arte de nomear incompetentes úteis ao governante (I)

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José Fernando Nandé Na época do Brasil Colônia, as nomeações de funcionários em Portugal eram garantidas por lei e dependiam única e exclusivamente da vontade do rei. Esse costume ainda sobrevive, e com força, aqui entre nós. Interessa saber a razão. Para isso, vamos fazer uma breve retrospectiva histórica desse velho costume de nomear, herdado pelos países da Península Ibérica, em especial Portugal e depois introduzido nas colônias, como foi o caso brasileiro. A primeira pista sobre a instalação desse costume, no Brasil, vem da própria formação política da Península Ibérica. Tanto Portugal quanto a Espanha têm suas origens profundamente marcadas pela expansão do Império Romano. Aliás, uma das razões da decadência e queda do Império vem justamente do ato de nomear. A rigor, para se obter cargos públicos e dessa maneira buscar uma carreira política, o cidadão romano dispunha de cinco formas: herança de sangue; eleição; nomeação; suborno; ou por assassinato em que também

A lenda da corrupção no DNA do brasileiro - Foi Caminha o primeiro corrupto a pisar no Brasil?

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José Fernando Nandé Há uma lenda na política brasileira a ganhar terreno todos os dias e que concede a Pero Vaz de Caminha, escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral, em 1500, a primazia no afamado "jeitinho brasileiro". Pela lenda, no final de extensa carta ao rei Dom Manuel I, em que Caminha tece pormenores sobre a nova terra descoberta e da própria expedição, o escrivão pedira ao rei um cargo para seu genro. Mas, de acordo com o historiador e jornalista Sinval Medina, essa história toda não passa de exagero até mesmo da própria imprensa que, toda vez que corrupção no Brasil toma destaque nos noticiários, a revive para ilustrar o tema. Ou seja, por essa visão simplista da história, há uma indução para se fazer crer que a corrupção no Brasil está profundamente atrelada aos detentores de cargos públicos e a outros vícios administrativos e que isso se deve ao DNA político herdado dos portugueses. Genes que teríamos até hoje em nosso sangue, conforme destaca o hist