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Mostrando postagens de agosto, 2018

O silêncio do Universo - O paradoxo de Fermi - Física

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Prof. José Fernando Ouvi falar do Paradoxo de Fermi ainda na adolescência. Nele explora-se a contradição da existência de tantos mundos neste Universo e, ao mesmo tempo, nenhuma constatação com provas científicas da existência de vida ou inteligência fora de nosso planeta. O físico italiano Enrico Fermi (1901-1954) expôs esse paradoxo junto com outras perguntas até hoje não respondidas sobre o Universo, em conversa com amigos num almoço em 1950. Desde lá, nada foi esclarecido, muito pelo contrário, as dúvidas só se fizeram avolumar com as descobertas posteriores, principalmente com a comprovação recente da existência de outros planetas em sistemas solares distantes. Estamos sozinhos pode ser uma conclusão lógica, ao se considerar essa falta de evidências de vida fora daqui. Estaríamos, portanto, condenados ao grande silentium universi – sem comunicação alguma com o que quer que seja. Mas examinemos mais algumas hipóteses, além dessa da solidão universal. Uma d

Decálogo do Artista - Gabriela Mistral

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José Fernando Nandé Ao ler poetas chilenos, deparei-me com Gabriela Mistral (1889 — 1957), que aqui é pouco lembrada, a não ser em nome de rua ou de escola. Não é difícil em seus escritos, a verificação de que estamos diante de uma poeta formidável, ou poetisa como prefere alguns, agraciada com o Nobel de Literatura de 1945, o qual lhe fez justiça. De seus poemas, tomamos a liberdade de traduzir o que segue e que pode nortear alguns artistas para que eles não caiam na falsa arte exigida pelo mercado e não se tornem mercadores de modismos. Eis, pois, o Decálogo do Artista:  I. Amarás a beleza, que é sombra de Deus sobre o Universo. II. Não há arte ateia. Ainda que não ames o Criador, o afirmarás criando a sua semelhança. III. Não darás a beleza como falsa isca para os sentidos e sim como o natural alimento d’alma. IV. Não serás pretexto para a luxúria nem para a vaidade e sim para o exercício divino. V. Não buscarás no mercado nem levarás tua obra a ele, porque a

Robô: não matarás - as leis de Asimov

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José Fernando Nandé Assemelha-se à ficção científica, mas é a mais pura realidade tangível e escarrada, um grande problema para ser resolvido por todos nós: quando um robô mata um ser humano, o que devemos fazer e como ele deve ser punido? Vejam esse exemplo interessante: há três anos um robô causou a morte de funcionário em uma das fábricas de produção da Volkswagen na Alemanha. A vítima, de 22 anos, fazia parte de uma equipe responsável pela criação de um robô estacionário, que o agarrou e o esmagou contra uma placa de metal. De acordo com as investigações, se aponta que o erro ocorreu por falha humana e não por um problema com o robô, que pode ser programado para efetuar diversas funções durante o processo de montagem. Segundo as agências de notícias alemãs, o Ministério Público, à época, levantou a possibilidade de responsabilizar alguma parte envolvida no incidente. Sim, talvez encontremos um elemento humano para dar resposta ao “crime” à Justiça, mas e se o crime

Homens perdem juízo com mulher bonita

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Estudo publicado pela revista científica  “Frontiers in Neuroscience ” diz que psicólogos consideram que a beleza feminina tem a capacidade de fazer o cérebro masculino abandonar a consciência do que é justo ou não é justo. Guardo antigo hábito de traduzir os jornais internacionais com boas editorias de Ciência e volta e meia deparo-me com notícias que comprovam o que já sabíamos empiricamente, ou seja, na prática. Há algum tempo, o  ABC.es , trouxe as informações sobre o estudo científico que aponta que as mulheres muito bonitas têm algo especial que faz os homens ficarem loucos. O estudo foi publicado pela revista  “Frontiers in Neuroscience” . Nele, um grupo de psicólogos asiáticos revela que as mulheres atrativas podem fazer com que os homens deixem de pensar racionalmente e aceitem propostas que não lhes trazem nenhum benefício. Os especialistas consideram que a beleza feminina tem a capacidade de fazer com que o cérebro perca por momentos a consciência do que é justo ou não

A estupidez como modelo social da Modernidade Líquida

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José Fernando Nandé Dizem que a coisa começou lá com os gregos e ganhou força sobremodo com os romanos: nosso gosto por tudo quanto possa ser considerado dramático. A dureza da realidade nos força, inclusive para alguma saúde mental, a sonhar de olhos abertos. Por herança, além das línguas românticas (Português, Francês, Italiano, etc), ganhamos, em nosso sangue latino, a paixão: esta capacidade de sofrer, que nada mais é do que tocar a vida adiante sem muita lucidez e afastados da razão. Por isso, amamos a tragédia e a comédia. Por isso, endeusamos nossos atores, artistas e perdemos tempo em frente à TV vendo novelas, programas sofríveis de humor e filmes. Porém, nosso pão e circo têm lá suas limitações. O pão sempre foi pouco. No circo eletrônico onírico-virtual, os autores debatem-se para descobrir uma nova fórmula em suas ficções esgotadíssimas em qualidade e criatividade, que determinam a constante queda de audiência dos novelões, repetidos em forma, esquetes e tipos

No Jardim do Éden, colhíamos alho - Conto

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José Fernando Nandé Tenho a pior memória do mundo, aquela que nada esquece. Absolutamente nada. Lembro-me dos primeiros brinquedos feitos por minhas mãos infantis, alguns de lata, outros de madeira, ou ainda de qualquer quinquilharia que encontrava. Em criança, o brinquedo não está somente no objeto, mas no que imaginamos ser o objeto. Uma lata de óleo arrastada por um cordão pode virar um trem, ou ainda qualquer coisa que possa carregar carga. Uma estrada desenhada no chão por uma enxada vira uma rodovia inteira, ligando cidades imaginárias. Dessa época que evoco, na primeira infância, brincar por tempo mínimo era-me a fuga da realidade que já me obrigava ao trabalho. Lembro-me que num sábado frio, tive que ir até um sítio colher alho, a troco de alguns centavos. O solo estava úmido e gelado. Em poucos minutos envolvido na tarefa, junto com outros maltrapilhos, a dor nas costas se fazia insuportável, já que trabalhávamos agachados e com o corpo voltado para frente. Havíamo

A falência do controle social das antigas estruturas - partidos, ongs, sindicatos e governos

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José Fernando Nandé Atônitos, políticos do mundo inteiro, inclusive no Brasil, perguntam-se o que está acontecendo com as antigas estruturas de controle social que davam sustentação a seus ideários e caprichos. O que aconteceu com a capacidade dos partidos, instituições governamentais, ongs, sindicatos e centrais sindicais no domínio das massas?  Por que, hoje, a opinião pública parece tão volúvel e as pessoas não se enquadram mais nas orientações de comandos hierarquizados dessas velhas estruturas, que pareciam funcionar tão bem e de repente se viram reféns dessas massas, as quais já não obedecem os preceitos da hierarquia verticalizada e parte para uma nova estrutura horizontal – e aparentemente caótica-anárquica – que não aceita mais o pão industrializado e uniformizado da informação pré-mastigada, ao preferi-lo feito com as próprias mãos e integral? O que foi a Primavera Árabe, o que estão sendo essas séries de movimentos contestadores aqui e mundo afora, excludentes a